A ansiedade em três lugares
Na garganta
Parece uma bola de pelos
Daquelas bem nojentas que meu gato solta de vez em quando
Pode aumentar de tamanho
Até parecer que eu nunca mais vou conseguir engolir nada
Sei que seu lugar não é aí
Mas não consigo nem expelir
Nem tragar
Isso acontece quando estou numa discussão
Ou quando tenho medo
Me sinto como se tivesse acabado de sair de uma briga
(E saí mesmo!
Só que foi comigo mesma)
No cérebro
Os pensamentos passando a milhão
Reverberam e as ondas machucam
Sinto a ansiedade através dos olhos
Vermelhos, cansados
Que só querem se fechar
E cair em sono profundo
Ela aperta a massa cinzenta
Com tanta força que chega a doer
Me dá arrepios
É algo nefasto que torna o engolir e o respirar
Quase impossíveis
Sinto o seu peso no topo da cuca
O corpo inteiro sente
Mas a cabeça é a primeira em perceber
A ansiedade chegar
Nas pontas dos dedos
Quando estou prestes a falar em público
Sinto a ansiedade nas minhas mãos
Machucadas de tanto que comi a cutícula
Também a sinto no estômago, junto com as cutículas comidas
A pança diminui de tamanho, enjoada
E não deixa nada mais entrar
A ansiedade me molda como quer
Me concentro em nada e tudo ao mesmo tempo
A solução?
Sair correndo
Conversar com alguém
Escrever
Ou encarar a danada de frente
E seguir
Mesmo com medo

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