Aprendendo a gerenciar emoções

Sinto algo e logo mudo, muto, passo de um extremo ao outro facilmente.

Regiane Folter
3 min readJul 6, 2019

Sempre fui assim… volátil? Excessivamente geminiana? Ainda não conheço uma boa definição. Só sei que cada dia me torno mais consciente dessa montanha-russa de sentimentos, nos quais vou saltando de emoção a emoção e aprendendo a gerenciar tanta revolução.

Um exemplo: outro dia, em uma conversa por whatsapp que durou 10 minutos, senti irritação, tristeza, ternura, indignação e logo serenidade. Não tenho certeza se, tecnicamente, tudo isso que experimentei são realmente consideradas emoções, mas sei que todo o processo foi intenso e impactante. Senti cada coisa por vez, mas fui passando de uma a outra bastante rápido, de acordo com o rumo da conversa. No final, estava esgotada. Sentir cansa, ainda mais se sua mente decide sentir cada pequena coisa com toda a intensidade possível. Nada de pouca emoção por aqui! Minha alegria é quase palpável, minha tristeza escapa por meus poros, minha raiva queima, minha paz de espírito se propaga, e por aí vai.

Antes, eu vivia à mercê dessas mudanças de humor, não tinha nenhum tipo de controle sobre elas. Lembro de como minhas amigas me provocavam na faculdade por esse comportamento, e de como me sentia impotente por não poder evitá-lo.

Com os anos, segui sem ter esse poder mágico que tanto gostaria, o de poder sentir o que bem entendesse quando quisesse. Mas o ser humano não funciona assim, não é? O que sim desenvolvi foi certa habilidade para reconhecer minhas emoções e fazer algo para potenciar ou apagar o que estou sentindo. Já aprendi que quando estou irritada, relaxar a cabeça com algo banal é eficaz para parar de pensar no motivo da raiva e assim dissipá-la. Também aprendi que a serenidade me faz muito bem, então trato de propagá-la em meu cotidiano fazendo coisas que me trazem paz: escutar música, meditar, escrever… Aprendi com quem conversar ou a que ombro acudir quando preciso escapar da minha tristeza. Aprendi com quem estar para automaticamente multiplicar minha alegria. Fui aprendendo com o tempo e a experiência que, embora não possa dizer a meu corpo o que sentir, tenho todas as ferramentas para delimitar o quanto sinto e o que isso causa na minha vida.

Não é nada do outro mundo, não há nenhuma solução mágica. Ou, se há, eu ainda não a descobri! Somente tenho anos de lágrimas e risos e outras variantes que foram me ensinando a importância de não se deixar consumir por coisas negativas. Além disso, acredito que nossa existência deveria estar centrada na felicidade, então não seria nossa missão trabalhar dentro e fora de nós para que a alegra esteja o mais presente possível?

Nem sempre sou tão boa nessa articulação das emoções, ainda hoje muitas vezes me deixo levar e não posso (ou talvez não queira) coordenar meus esforços para trabalhar nelas. Mas se olho para trás vejo o quanto avancei e isso basta para entender que já cresci muito e que essa é a base para todo o crescimento que há de vir. Sentir é transformar-se e, ainda que seja também algo inevitável, o que fazemos com isso está aberto a milhares de possibilidades. Basta escolher qual.

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Written by Regiane Folter

Escritora brasileira vivendo no Uruguai 🌎 Escrevendo em português e espanhol 🖋️ Compre meus livros: https://www.regianefolter.com/livros

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