As imensidões que me faltam
Estamos bem.
Somos imensidões.
Ainda assim, não temos tudo.
onipotentes,
oniscientes.
E está tudo bem.
Porque são nossos defeitos,
falhas,
cicatrizes,
que nos ensinam a ser quem queremos ser.
E mesmo sendo imensidões
(de infinitos traços,
ideias,
crenças,
belezas,
debilidades,
sonhos,
proezas,
e outras pecinhas vitais),
preferimos sofrer por todas as imensidões que nos faltam.
Quero dizer que muitas vezes pensamos:
“o que não tenho parece tão melhor
do que tudo que já consegui”.
Então, ao invés de celebrar o pássaro que temos na mão,
nos entristecemos observando os pássaros voando.
Queremos outros corpos, outras oportunidades,
outro perfil no Instagram.
Queremos mudar, melhorar, aperfeiçoar,
e está tudo bem.
Porque evoluir é algo lindo.
Mas evolução não deveria ser o mesmo que negação.
Por que só nos sentimos aceitos quando somos o que esperam de nós?
Por que importa tanto o que diz ou pensa o outro,
aquele que não eu,
que não sentiu o calor de minha pele,
que não viu pelos meus olhos,
que, em definitiva, não tem nenhum argumento para dizer quem devo ser,
além do seu próprio egocentrismo?
Galeano disse que somos tudo aquilo que fazemos para mudar quem somos.
E está tudo bem.
Crescer é transformar-se, é aprimorar-se.
Aprender dos erros,
potenciar os acertos,
mas sempre sentindo-nos orgulhosos de tudo que já somos.
Só assim teremos a energia,
a inspiração,
a força,
Obrigada por ler ❤ Se gostou, deixe alguns aplausos 👏
Outras histórias e meus livros em: regianefolter.com 💛