Domingo, dia de não pensar
Dia de preguiça, dia de nostalgia
Dia de não pensar em nada.
Mas que incômodo é para mim não pensar em nada…
Que difícil é relaxar,
deixar a mente vagabundear,
o corpo desestressar…
Então, faço.
Me entrego ao fazer.
Limpo a casa,
planejo a semana,
vejo os episódios atrasados da série,
escuto um podcast,
me ocupo como posso.
Evito deixar a cuca vaguear porque…
Por que será?
Acho que tenho medo de aonde ela pode me levar.
Talvez seja medo de, na falta de atividade,
terminar revisitando aquelas velhas dúvidas.
Velhos medos,
Estou no caminho certo?
Estou fazendo as coisas bem?
O que quero?
Quem sou?
Quem serei?
De domingo,
por mais ocupado que tenha sido o dia,
durmo tarde.
Mesmo se tiver acordado cedo,
durmo tarde.
Dou voltas na cama,
pensando,
matutando o que esteve dando voltas na minha cabeça
o dia todo.
Muito tempo livre,
muito por matutar.
A segunda amanhece sonolenta,
mas cheia de esperança.
Há muito por fazer durante a semana
e falta muito para outro domingo chegar.
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