Escrevendo com gatos
Escrever e ter gatos nem sempre são verbos muito compatíveis.
Cheguei a essa conclusão depois de várias manhãs sentada em uma escrivaninha munida de papel, caneta e uma caneca de chá quentinho. Gosto de aproveitar o início da manhã e a cuca fresca para escrever, é minha maneira preferida de começar o dia. Porém, vivo com dois gatinhos cheios de personalidade. Logo, uma manhã de paz e tranquilidade com as palavras não é totalmente possível.
Amarela é, na realidade, uma gata cinza. De amarelo mesmo só tem os olhos e algumas manchas espalhadas pelo corpo. Essa gatinha esbelta e de concepção delicada parece um anjinho, mas tem a tendência de amanhecer com uma grande energia. Parece que para gastá-la Ama precisa pular por aí, derrubar coisas, destruir papéis alheios e brincar de lutinha com seu irmão felino, chamado Ronaldinho.
Dinho é um gato especial. Ele possui um problema neurológico que contraiu quando pequeno, seu cérebro não consegue calcular bem as distâncias e isso faz com que caminhe com um pouco de dificuldade. Dinho está sempre driblando, feito o craque. Mesmo assim, ele leva uma vida completamente normal, o que inclui quase tantas travessuras matinais quanto sua irmã.
É assim, entre miados e corridas, que trato de por ideias no papel sendo constantemente interrompida pelas demandas dos meus gatunos. Somente hoje, por exemplo, enquanto escrevia essas linhas tive que pausar ao menos quatro vezes. Em três delas, era para tentar (em vão) descobrir porque Amarela não para de correr alucinada pela casa. Na última interrupção, um Dinho muito gritão parou do meu lado, demandando atenção.
Será que eles sabem que meu foco pela manhã não está neles e sentem ciúmes? Será que depois de toda uma noite de sono eles estão com saudades e querem chamar minha atenção? Ou será que sua motivação é mais nobre e querem me ajudar a virar uma escritora mais resiliente, capaz de não perder o fio da meada mesmo nos ambientes mais adversos? Agora os vejo no tapete do banheiro, entretidos entre eles e sem dar nenhuma atenção a minha pessoa e concluo, suspirando, que no fundo são somente gatinhos felizes querendo brincar.
Há mais escritores donos de gatos por aí? Quais são suas técnicas para manter a rotina literária enquanto cuidam dos seus felinos, ou até mesmo outros animais? Dicas são sempre bem vindas :)
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