Espelho, espelho meu
Será que é meu mesmo?
Às vezes, quando me olho no espelho, me deprimo. Me sinto cansada, feia, desleixada. Todas essas palavras que aprendemos a associar com coisas inaceitáveis cruzam a minha mente enquanto me olho no espelho e penso
“essa papada está maior?”
“será que meus peitos já estão começando a cair?”
“essa dobrinha aqui do lado vai me impedir de usar biquini nesse verão?”
“alguém vai perceber essa barriga se eu colocar algo mais justo?”
Às vezes me encaro no espelho e me entristeço, como se meus milhões de defeitos me encarassem de volta.
Mas, às vezes, eu me esqueço deles. Às vezes acordo animada e penso “hoje será um dia bom”. Me sinto determinada e confiante enquanto vou vivendo meu dia, fazendo e acontecendo. Não penso nas rugas em potencial quando sorrio. Nem me lembro de verificar se a depilação está em dia ou de ver se meu cabelo está muito rebelde. Passo um batom vermelho, cantarolo um sambinha, me sinto viva e linda. E se passo uns minutinhos a mais na frente do espalho, é só para admirar o mulherão que sou.
Feliz, capaz, inteligente, completa. Invencível.
Às vezes também sou frágil e me deixo levar pelas acusações de um mundo desenhado para me esmagar. O que esse mundo cruel não parece entender é que assim como ele nos ensinou a cair, ele também nos obrigou a aprender a levantar. E é assim, entre quedas e vôos, que sigo em frente aprendendo dia a dia a me amar um pouquinho mais.
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