Existe poesia na linha Vermelha
Uma vez,
Em SP,
Na estação da Sé,
Uma amiga chorou.
Ela viu o mar de gente
Esperando para entrar no vagão
E se debulhou em lágrimas.
Imagine,
Seis da tarde,
Uma multidão aguardava
Impaciente
A chegada do próximo metrô.
Ela chorou, frustrada,
Ilhada,
E perguntou, como a gente vai chegar lá?
Outra amiga,
Paulistana ferrenha,
Perdeu a paciência.
Onde já se viu chorar por causa de metrô cheio?
Na linha vermelha, horário pico
A gente engole as lágrimas
O cansaço,
Os medos,
As dúvidas,
E só deixa lugar pra determinação.
Coloca a mochila na frente do corpo,
Instruiu a amiga-SP,
E não pare de caminhar
E empurrar
E se enfiar
Até escutar
“Próxima estação…Anhangabaú”
Poema criado para o processo de seleção da Fazia Poesia