O que acontece depois de reconhecer o problema?
Buscando o segundo passo
Algumas coisas que faço, que insisto em fazer, geram em mim um mal danado:
- Comer exageradamente em alguma refeição
- Comer as cutículas até machucar
- Remoer situações passadas na minha mente, estilo “e se eu tivesse feito/dito isso em vez daquilo…”
- Imaginar diferentes cenários de alguma situação futura que ainda irá ocorrer
- Brigar com alguém que amo
Esses são meus gatilhos, ações que ativam minha ansiedade ou são ativados por ela, sei lá. Algumas pessoas diriam que ter esses gatilhos identificados é algo muito positivo. Reconhecer o problema é sempre o primeiro passo, não é?
Porém, ultimamente só consigo sentir frustração. Há um bom tempo sei que essas coisas me fazem mal. Já dei o primeiro passo há séculos. Mas em que melhorei, realmente? Parece que nada mudou. Continuo comendo as cutículas até quase sangrar, continuo exagerando na comilança até dar dor de barriga, continuo gastando muito tempo e energia pensando no que não vale a pena. Estancada no primeiro passo, mas o que vem depois? Qual é o segundo, o terceiro?
Há erros que a gente comete, deles aprendemos, e nunca mais repetimos. Depois estão os erros que a gente comete uma e outra vez, sem aprender, sem evitar. No que diferem?
Acho curiosíssimo como meu corpo não desiste de mim. Cagada atrás de cagada, meu corpo continua se curando. A dor de barriga passa, a pele cicatriza, finalmente consigo dormir depois de uma noite particularmente difícil. A casca que me carrega daqui pra lá escolhe sempre seguir em frente.
E eu sigo com ela. Às vezes tentando ser mais positiva, às vezes me jogando na autocomiseração. Lembrei de um texto que li uma vez que dizia que estar cansada de algo era um bom sinal. Significava que estava mudando, crescendo. Indo na direção de algo.
Já vão dois mil passos, mas ainda não cheguei no segundo. Um dia, quem sabe…
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