Por uma rotina literária que funcione
Um escritor tem que escrever. Mas às vezes é tão difícil…
Já li um milhão de dicas para escritores, porque né. Qualquer ajuda é bem-vinda! E uma das dicas que mais encontrei é a de que bom escritor é aquele que escreve todos os dias. Concordando com essa premissa, decidi separar um bocado do meu tempo para escrever, todos os dias, religiosamente. Há cerca de dois anos venho mantendo essa rotina, às vezes impecável, às vezes nem tanto. Pode não parecer, mas escrever todos os dias é um desafio, mesmo pra alguém como eu, que ama as palavras. Pode ser a preguiça, a falta de ideias ou até a falta de ordem.
Sobre que escrever? Por que? Para quem?
Ultimamente, encaro esse processo pensando em mim em primeiro lugar. Escrevo para mim, porque gosto, porque me faz bem. Escrever sempre foi fundamental para manter minha paz de espírito, só que há alguns anos eu não tinha tempo para dedicar-me a isso com frequência. Ou pelo menos pensava que não tinha tempo, e arranjava outras desculpas para não transformar o hobby esporádico em uma rotina real.
Dois anos atrás isso mudou, e decidi encarar essa paixão como uma prioridade. Assim, criei um sistema que consiste em começar minhas manhãs escrevendo. Todos os dias me levanto, me arrumo, preparo meu café e me sento, na frente do computador ou com um caderninho na mão. Comecei dedicando somente 20 minutos, e hoje já passo uma hora escrevendo. Vou colocando frases no papel de qualquer forma, sobre o que quiser, sobre a ideia que estiver matutando naquele momento.
E assim tem sido, com dias de muita criatividade e fluidez, e dias nem tão positivos assim. Graças a essa rotina terminei muitas histórias, publiquei várias e algumas esperam pacientes no Evernote para ver a luz do dia. Além desses resultados mais concretos, também sei que escrever todos os dias me ajuda a ter mais claridade, serenidade e confiança em mim mesma.
Porém, mesmo sabendo da importância que escrever tem na minha vida (e conhecendo as consequências que a abstinência gera), ainda assim às vezes me custa levantar essa horinha mais cedo para dedicar-me a contar meus contos.
Quando tenho uma ideia, escrevo com determinação e é difícil parar antes de chegar ao ponto final. Falo sobre como me sinto, sobre coisas que vivi, sobre coisas que queria ter vivido. É divertido, é terapêutico. Mas quando não tenho ideias ou se a vontade some, é realmente difícil. Minhas pernas parecem mais pesadas na hora de sair da cama. Meu cérebro traidor cria todo tipo de desculpa esfarrapada para não não se concentrar. Esqueço do prazeroso que é ter uma caneta ou um teclado à minha disposição.
Que opções tenho para solucionar esse tema?
Primeiro, poderia mudar o horário dessa rotina. A manhã pode ser meio preguiçosa, ainda mais agora com o inverno chegando devagarinho. Mas se penso em experiências passadas, quando tentei reservar alguma hora depois do trabalho para escrever, desisto dessa ideia. Sou muito mais produtiva durante a manhã, com a cuca fresca e sem outros focos. De tarde/noite, além do cansaço mental e físico do pós-jobson, normalmente tenho outras coisas em mente, como afazeres ou problemas que surgiram durante o dia e minam minha concentração. Não, a manhã realmente é meu melhor momento.
Outra opção seria mudar o meu entorno, capaz criar um ambiente mais acolhedor para escrever? Não sei tampouco se essa ideia tem sentido, porque em realidade meu espaço de trabalho em casa é bastante bacana. Tenho um escritório com tudo que preciso à minha disposição que, além de prático, é uma graça :D
Talvez o que esteja faltando seja um pouco mais de organização. Capaz definir sobre o que quero escrever no dia anterior, esboçar em uma ou duas linhas o tema do texto e deixar que ele crie raízes dentro de mim. Acho que levantaria com mais energia se tenho uma ideia-semente pronta pra germinar. Também poderia ser definir dias específicos para cada coisa: na segunda escrevo sobre tal tema ou para tal portal, etc… Sou uma fã incondicional dos planejamentos, então estrutura também é algo que me motiva!
Provavelmente há um milhão de outras coisinhas que posso provar para melhorar minha atitude e performance em relação ao ato de escrever (e agradeceria se você deixar alguma dica nos comentários!). Mas continuo acreditando que o mais importante ainda é a determinação de sentar-me aqui nessa cadeira, olhando esse computador, e não sair enquanto não tiver escrito algo. Pode ser uma ideia ruim, ou posso não conseguir formar nenhuma frase coerente. Não tem problema. O resultado em si é menos importante que a determinação de estar aqui, de dedicar-me, de tentar.
Esse texto que você já está terminando de ler foi assim. Não queria sair, não tinha uma ideia muito formada. Simplesmente apareceu porque me forcei a sair da cama numa segunda-feira cinzenta e comecei a escrever ideias desconexas sobre o difícil que havia sido tomar essa decisão. Aos pouquinhos, a história foi ganhando forma e meu entusiasmo para contá-la cresceu. Logo, eu já tinha o corpo do texto, uma estrutura e conceitos determinados para dar vida ao que queria contar. E cada minuto de esforço valeu a pena.
E você, também sofre com as dificuldades da rotina literária? Como faz para dedicar-se a contar suas histórias? Adoraria conhecer novas técnicas e compartilhar ideias sobre como ser um escritor melhor :)
Obrigada por ler ❤ Se gostou do texto, deixe seus aplausos (de 1 a 50)
Meu livro AmoreZ 📒|Newsletter ✉️|Instagram 📷|Cafezinho ☕️
Mais histórias: