Será mesmo só questão de ser?

Quero tanto me sentir feliz

Regiane Folter
3 min readJul 15, 2022

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Photo by Madison Oren on Unsplash

Assim, feliz até acho que já sou, mas ultimamente não ando me sentindo assim. Faz sentido? Eu acredito que ser feliz não é necessariamente a mesma coisa que estar feliz.

Quando me questiono se sou feliz ou não, automaticamente penso em todas as coisas boas da minha vida e a conclusão é que sim, essa é uma vida feliz. Uma vida amparada, confortável, saudável, segura, amada. Realmente, uma existência felicíssima! Por outro lado, o “estar” feliz tem mais a ver com as sensações do dia a dia, com a forma como escolho (ou não) viver minha rotina com tranquilidade, positividade, alegria. Ultimamente, ando passando muito tempo estressada, ansiosa, irritada, triste… Não são sentimentos felizes. Acho que meu estar está meio desconectado do meu ser.

Sempre fui uma fanática da felicidade, obcecada pela ideia de viver uma vida blindada, sem frestas por onde a infelicidade poderia entrar. Sempre quis me sentir FELIZ assim, com maiúsculas: o tempo todo e com todas as cores que o arco-íris tem. Me fascina esse ideal de felicidade intocada, gozo contínuo, paz ininterrupta em que nada me afeta…

Sabe aquelas pessoas que andam por aí sempre com um sorriso no rosto? Pra quem não tem tempo ruim, nem ideia impossível? Que quando entram em uma sala parecem iluminar tudo com a sua presença? Que não dão atenção pras chatices do dia a dia, pros problemas bobos? Simplesmente dão de ombros e continuam levitando em uma nuvem de contentamento. Seguem em frente, sem rugas no rosto nem noites mal dormidas.

Então, meu sonho é ser essa pessoa. Desejo profundamente ter essa certeza inabalável de que vai dar tudo certo, de que o copo está sempre meio cheio, de que as coisas mais simples que me cercam já são suficientes pra me fazer sentir contente nonstop. Quero ser mais otimista, positiva, grata e que essas sejam as minhas características principais! Quero ver as coisas como naturalmente boas e não me irritar por qualquer bobagem que acontece.

“Felicidade é só questão de ser”, não dizia o Marcelo Jeneci?

Pois então.

Só que a minha parte racional insiste em dizer que não dá pra ser assim; ninguém é (nem está) feliz o tempo todo. Como bons seres humanos, estamos à mercê de uma gama infinita de emoções, desde as mais brilhantes e saltitantes até as opacas e ranzinzas. A ideia de filtrar que emoção entra e qual fica do lado de fora é simplesmente impossível.

Alguém me disse uma vez que não podemos controlar o que sentimos, mas que podemos sim escolher o que queremos fazer com esse sentimento. A dor é inevitável, o sofrimento é opcional, e todos esses clichês, sabe? Embora batidos, fazem sentido. Por que parece que quase sempre escolho sofrer ao invés de superar? Por que prefiro chafurdar na tristeza ou na raiva, ao invés de deixar pra lá e me esforçar por estar bem?

Por que escolho não estar feliz?

Eu aqui, querendo uma existência marcada por pontos de exclamação, mas ao olhar pra esse texto só consigo ver sinal de pergunta. Prato cheio pra levar pra terapia! É um ciclo: começo aqui, escrevendo, e muitas vezes levo essas reflexões malucas lá pra dona psicóloga. Sobre esse tema da felicidade, ainda não cheguei a nenhuma conclusão e, infelizmente, vou ter que terminar esse texto sem nenhuma dica válida pra quem está lendo. Inclusive, estou aceitando recomendações! Se estava esperando um final mais coerente, peço desculpas! Termino por aqui, mas não com um ponto final, já que continuo aprendendo, refletindo, pensando no que fazer e em como ser (e estar) cada vez melhor…

Obrigada por ler ❤ Se gostou, deixe seus aplausos 👏

Outras histórias e meu livro em: regianefolter.com 💛

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Regiane Folter

Escrevi "AmoreZ", "Mulheres que não eram somente vítimas", e outras histórias aqui 💜 Compre meus livros: https://www.regianefolter.com/livros