Subjuntiva
Falemos dessa mania de querer agradar todo mundo. Dessa necessidade de sentir-se amada, querida, idealizada como a boa moça, a que não erra, a que é maleável e dócil. A que é fácil de amar.
Tratemos desse medo de ficar sozinha, do pânico que nos acompanha e que nos leva a ser uma para cada um. Conversemos sobre todos esses anos buscando a aprovação da família, dos amigos, dos estranhos. De qualquer um que passar por nosso caminho.
Analisemos esse sorriso, o balançar da cabeça sempre dizendo “sim”, como se não conhecesse o movimento do “não”. Busquemos as causas dessa insistência em cumprir com as expectativas dos demais. Desse constante moldar sonhos, ideias, ações para encaixar com aquilo que as outras pessoas acreditam ser o melhor para nós.
Desviemos a atenção pro que acontece depois que o sorriso se desmancha e a conversa se extingue. Olhemos para essas lágrimas que insistem em se acumular, oremos para que nossos corações partidos se curem uma vez mais depois de terem sido, novamente, subestimados.
Imaginemos uma vida diferente. Brinquemos com a ideia de que talvez, somente talvez, pudéssemos tomar nossas próprias decisões, sem medo do que os outros irão dizer. Pensemos como seria se fôssemos donas da nossa sina e que vivêssemos a vida como desejamos, como é bom para nós e só nós, sem ninguém mais pra satisfazer.
Liberemos as amarras, permitamos que essa visão brilhante se torne realidade. Deixemos de sonhar e lutemos, lutemos por viver a vida que queremos, sem medo. Ou com medo, porém sem abandonar a visão de que sim, podemos ser quem gostaríamos de ser.
Decidamos ser.
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