Superando o mau humor

Salve-se quem puder! Mas quem me salva?

Regiane Folter
3 min readJul 2, 2021
Photo by Kinga Cichewicz on Unsplash

Ultimamente, o mau humor não me abandona. Já tô assim há vários dias, constantemente irritada, impaciente, insuportável e todos os outros “i”s chatinhos que você imaginar. Nem eu me aguento.

No começo, achei que era só a boa e velha TPM, e que já iria passar. Mas não! Primeiro veio a montanha-russa hormonal da menstruação, logo apareceram as dores de cabeça da mudança de casa e um ou dois probleminhas mais. Como consequência, o mau humor ficou acumulado e me deixou vendo tudo vermelho, tudo errado, tudo ruim e sem possibilidade de conserto. As alegrias parece que se esconderam, fugiram de cena, e só sobraram os incômodos.

Ou será que tudo continua no mesmo lugar e o problema está em mim, nos meus olhos que só enxergam o que não faz bem, no meu cérebro que só capta aquilo que me irrita? Não sei. Só sei que desenho tragédias na minha mente. Apocalipse zumbi é só um dos muitos cenários maquiavélicos que imagino quando estou assim.

Também tá fazendo um frio danado, outra coisa que me deixa ainda mais mal-humorada. Que horro é sentir frio, ficar com cãibra e dor nas costas por causa desse gelo que paralisa meu corpo, que me deixa dura, rígida, ranzinza. Falando nisso, que ideia descabelada foi essa de viver no sul do continente? E se agregamos fome ao frio, aí sim todas as sirenes começam a soar. Risco de explosão nuclear. Desacreditada, congelada, irritada e ainda por cima faminta? Salve-se quem puder.

Quando a visita do mau humor se prolonga, eu perco o sono, se aprofundam as olheiras, fico encurvada por causa das correntes de ar e da sensação de estar carregando o mundo nas costas. Mas existe luz no fim do túnel, porque com o passar dos dias vou me cansando desse estado de raiva contínua. Chega! Decido fazer algo construtivo com esse mau humor todo e quase sempre a solução que encontro é a ferramenta que uso para resolver quase todos os meus conflitos: escrevo.

Primeiro sem regra, sem me preocupar. Só tiro do peito o que me faz mal e tento transformar a dor em palavras. Depois, já mais calma, invento passos para transformar o potencial da raiva em algo construtivo. Mapeio as causas do mau humor e planejo ações para resolvê-las. Organizo os passos, faço um calendário, avalio prós e contras. E me sinto um pouco melhor.

Sei que só vou conseguir superar de verdade a crise de mau humor quando as ideias saírem do papel e virarem realidade. Mas, pelo menos com um plano traçado, já consigo respirar um pouco mais fundo, consciente de que as resoluções das coisas que me deixam assim estão quase todas nas minhas próprias mãos. E aquilo que não está, bom, pra resolver esses casos posso pedir ajuda ou simplesmente deixá-los pra lá. Let it go, abrir mão. Não vale a pena perder minha paz de espírito pra ficar tentando solucionar impossibilidades.

Nada é perfeito, nem mágico, nem de um dia para outro. Mas existem caminhos e estou disposta a caminhar. Tá tudo bem chafurdar na autocomiseração por um dia ou dois, mas depois disso já é too much. Em algum ponto, é necessário limpar a sujeira e decidir melhorar. Força de vontade, é o que sempre me salvou. Força de vontade e vontade de escrever.

Obrigada por ler ❤ Se gostou, deixe seus aplausos 👏

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Escritora brasileira vivendo no Uruguai 🌎 Escrevendo em português e espanhol 🖋️ Compre meus livros: https://www.regianefolter.com/livros

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