Um espelho me disse quem sou
Tipo Alice buscando uma maneira de voltar
No final da noite olho meu rosto no espelho e tento decifrar o que vejo.
Estou corada, a pele brilha com uma fina camada de suor.
O batom já se desgastou há horas,
Mas uma linha rosada insiste em contornar meus lábios.
O rímel à prova d’água (à prova de quase tudo) está como novo.
A tinta negra alonga meus cílios elegantemente,
Mas não esconde o fato de que meus olhos estão cansados de tanto dia e tanta noite.
Sorrio para meu rosto no espelho e observo um pouco mais.
Observo uma ou outra espinha que me fazem lembrar meus 15 anos,
Observo as ondulações do meu cabelo sempre desalinhado,
Observo o sorriso fraco, a expressão de sono que já não consigo disfarçar…
Respiro fundo.
Em alguns segundos vou deixar o espelho no escuro do banheiro e irei me deitar.
Mas ainda não.
Por mais um tempinho quero olhar para mim mesma,
Encarar meu rosto e me constatar nele.
Nas suas marcas, cicatrizes, falhas e belezas.
Às vezes é tão difícil me reconhecer em mim…
Seria esse um pequeno exercício de auto-aceitação?
Ou estaria buscando algo mais naquele espelho?
Talvez outro caminho para o país das maravilhas?
Não sei explicar.
Só sei que é madrugada e quero saber quem sou
Antes de adormecer em direção a um novo dia.
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