Aprendendo a gostar de mim

Tem coisa minha que antes não gostava e agora gosto

Regiane Folter
2 min readFeb 5, 2023
Foto de Vince Fleming en Unsplash

Estou aprendendo a me gostar, digamos. Do meu cabelo cacheado, meu sotaque carregado, minha facilidade pra chorar com qualquer bobeirinha. Venho aprendendo que são detalhes que fazem de mim quem sou. Singularidades preciosas que cada vez valorizo mais.

Tem coisa minha que sempre gostei e não mudaria por nada. Como os olhos que vovô me deu, a determinação que me leva a mover mundos e fundos, a mania de inventar histórias malucas em minha cabeça antes de dormir. Características que sempre me renderam elogios e me fizeram chegar onde estou. Quando penso nelas, fica mais fácil me amar.

Tem coisa minha que não gosto mesmo e que adoraria mudar. Como minha insegurança, minha aversão a conflitos (mesmo os necessários), minha ansiedade. Mas já aprendi que pra mudá-las preciso me tratar com compaixão ao invés de culpa. Aceitar que o caminho é longo, reconhecer cada passo dado e seguir em frente, na velocidade e como puder.

Tem coisa que antes amava, mas que agora já não. Como o gosto da carne, a ideia de que tenho que fazer tudo sozinha, o medo paralisante de que sou incapaz de ser amada por quem sou e sim pelo que faço. Entendi que mudar é parte da vida e que não somos nada além de constante transformação. Quem quer ser uma coisa só?

Tudo isso fez uma pergunta pipocar na minha cabeça: será que tem coisa que nem fu nem fa? Pra que aspectos meus dou de ombros? Que coisas minhas não me importam se continuam exatamente iguais?

Não consegui pensar em nenhuma! Acho que estamos tão acostumados a nos observar com olhos ansiosos por julgar que só podemos reconhecer aquilo que nos faz sentir orgulhosos e aquilo que nos gera vergonha.

É difícil simplesmente aceitar e abraçar tudo que somos. Defeitos, qualidades, características. Essa sou eu, digo ao espelho, enquanto tento só absorver, sem me recriminar. Só compreender.

Sou assim.

Incontáveis vivências me moldaram pra ser exatamente assim, com essas linhas, cicatrizes e marcas. Algumas dessas vivências foram lindas e suaves, outras difíceis e pesadas. Mas aqui estou. Até aqui cheguei. E daqui continuarei a caminhada.

Obrigada por ler ❤ Se gostou, deixe seus aplausos 👏

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Regiane Folter

Escrevi "AmoreZ", "Mulheres que não eram somente vítimas", e outras histórias aqui 💜 Compre meus livros: https://www.regianefolter.com/livros