Fanática por gostar

Regiane Folter
3 min readNov 11, 2022
Foto de Yoav Hornung en Unsplash

Gosto das pessoas que não esperam ter intimidade pra me chamar de Re. Gosto de quem abrevia nomes e distâncias. Gosto de quem abraça fácil, sorri fácil, olha nos olhos e se interessa pelo que a outra pessoa está dizendo. Gosto de quem cumprimenta com dois beijinhos. Ou um beijinho e um abração. De quem não perde tempo com formalidades e se joga nas situações, decidida a viver aventuras, fazer amigos, estar totalmente presente. Gosto de quem tem história pra contar.

Gosto de quem vê o copo sempre meio cheio. De quem não vê tempo ruim nem razão pra julgar. Gosto de quem ao “bora?” responde “bora!” sem pestanejar. Que acredita que os amigos são família, e que família é braços abertos pro que der e vier. Gosto de quem ama os animais e já parte pro carinho nos catioros e gatineos sem duvidar. Gosto de quem não tem cerimônia, de quem se sente confortável conhecendo pessoas ou lugares novos. De quem não muda quem é só pra caber. De quem se quer bem antes de querer bem o resto do mundo.

Esse pessoal é a minha praia. Curiosamente, eu mesma nem sempre apresente essas características. Sou uma aspirante, digamos, e adoraria ser mais como essas pessoas de quem sou fã. Graças a Deus, tenho vários modelos a seguir, gente que segue em frente priorizando a leveza e com uma segurança que tantas vezes me faltou. Mas tento não colocar a minha jornada ao lado de outras e medir que tão longe ou perto do objetivo estou. Se tem algo impossível de comparar são as vivências de pessoas distintas; a única forma honesta de medir o avanço é se me comparo comigo mesma, com quem era anos atrás.

Então faço esse exercício. Relembro do que trilhei, das vezes que caí, das vezes que chorei, das vezes que sorri. Das vezes que aprendi. E nessa onda de nostalgia, percebo que gosto dessa existência imperfeita, desses deslizes, desses acertos. De tudo que me fez quem sou e de tudo que fiz e que faria de novo, porque não me arrependo de nada. Gosto de crescer, de me movimentar, de sentir os passos que dou na direção desses sonhos pelos quais também sou imensamente apaixonada. Gosto de usar advérbios e adjetivos assim, sem muito cuidado. Gosto de perder o controle das coisas. Gosto de escrever.

Nossos gostos fazem de nós quem somos, ou será que são as pessoas de quem a gente gosta que nos moldam? Ou as duas coisas? Sei lá. Só sei que gosto de fazer perguntas, filosofar no Medium ou no boteco, e me surpreender com outras perspectivas. Porque se tem uma coisa que eu gosto é de quem gosta de coisas diversas.

E você, gosta do que? Ou de quem?

Obrigada por ler ❤ Se gostou, deixe seus aplausos 👏

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Regiane Folter

Escrevi "AmoreZ", "Mulheres que não eram somente vítimas", e outras histórias aqui 💜 Compre meus livros: https://www.regianefolter.com/livros