To pronta pra dizer “não”
NÃO.
Palavrinha pequenina, mas que parece gigante quando preciso dizê-la. Só que hoje, chega. Vou dizer não. Vou dar bola não, não posso com isso agora. Não vou na reunião. Não vou fingir que quero, que entendo, que faço, não tem problema, podeixar, sim senhor, sim senhora. Chega. Não quero. Só quero a paz e a liberdade que um pouco de negação traz.
E não é que eu não goste das pessoas envolvidas, nem que esteja infeliz com as circunstâncias pessoais ou profissionais que me atam. Simplesmente não tô a fim e não preciso disso. Não é minha responsabilidade. Não é algo que preciso fazer, nem que quero. Tudo que quero é o meu canto, a minha paz.
Por muito tempo despriorizei a serenidade que o “não” oferece em troca de um “sim” sedutor que me faz parecer legal nos olhos de outras pessoas. Até que um dia cruzei com um espelho e não me reconheci na minha própria mirada. Foi aí que me comprometi a melhorar e devagar vou melhorando. Ainda digo muito sim quando queria dizer não, mas já aprendi a falar. Já sei entoar a palavra e tenho feito isso, mesmo suando frio, a voz meio trêmula, o velho medo de não ser querida me sufocando de leve. Mesmo assim, insisto. Porque do outro lado dessa três letras está a paz de espírito que tanto valorizo.
Estabelecer contornos e respeitar meus limites, isso é o que sempre me faltou. Sinceridade, primeiro comigo, depois com os outros. Não precisa ser grosseira, nem egoísta. É só respirar fundo, abraçar a honestidade do que sinto e dizer, em alto e bom som.
Não.
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