A mecânica de escrever: praticidade e terapia
Dia 3 do experimento escrevendo à mão
Terceiro dia de experimentação! Gosto dessa vibe científica, de provar coisas novas e ir registrando minhas conclusões. Sou impulsiva e curiosa (cof geminiana cof), então experimentar é comigo mesma.
O cenário de hoje é o mesmo de ontem: mesma mesa, mesmo caderno, mesma caneta. A única coisa diferente é a playlist que coloquei no Spotify: ontem era mais energética, hoje é mais calminha. Ah, e minha roupa também é diferente, claro, afinal já se passaram 24 horas desde a última vez que estive aqui, escrevendo à mão.
Como dizia, o caderno ainda é o mesmo, mas muito bem poderia ser outro, já que tenho uma coleção de caderninhos, bloquinhos e afins. Estava pensando nisso antes de começar esse relato, no curioso que é eu escrever tão pouco à mão, mesmo colecionando papeis e mais papeis. Comprados ou presenteados, sempre tive um estoque de caderninhos que nunca se termina: começo a usar um, termino comprando outro, e assim a pilha continua do mesmo tamanho.
Parei aqui um segundinho para contá-los. Hoje em dia, tenho quatro caderninhos em uso: um serve de agenda, um pro trabalho e freelas, um pros jobs de escritora e um tipo diário. Sou muito estranha por usar quatro cadernos ao mesmo tempo? Talvez sim.
Sem usar (ou pouco usados) tenho 10. Sim, 10 caderninhos (de tamanho médio a mini) com muitas folhas limpas esperando a hora de ser rabiscadas. Isso sem contar a dezena de caderninhos 100% usados e rabiscados que joguei fora na última mudança.
Juro que tô tentando não comprar mais cadernos antes de terminar de usar os que já tenho. Menos consumismo e acumulação, né não? Lembro de como comprei cada um deles, ou de quem me deu e quando. Mas nem sempre me lembro de usá-los. Espero mudar esse hábito como resultado desse experimento.
Sobre os privilegiados cadernos que estão sendo usados atualmente, não sei ao certo como cheguei a essa divisão entre os quatro. No que é agenda anoto os compromissos e as coisas que não posso esquecer de fazer. E que boa é a sensação de riscar alguma tarefa terminada! O caderno-trabalho está sempre do lado do computador e nele anoto principalmente as coisas que saem nas reuniões: ideias, coisas para pesquisar, ações para provar. O caderno-escritora é parecido, mas um pouco mais bagunçado. Nele também faço anotações e registro tarefas, mas de vez em quando surge um desenho, uns versos ou até mesmo um texto maiorzinho, como esse aqui. Já o caderno-diário fica lá na mesinha do lado da cama, e esse sim é o mais random de todos. Nele anoto pensamentos soltos, reflexões, algo que aconteceu no dia e não quero esquecer. Ou algo que sim quero esquecer, então ao invés de ficar pensando e remoendo na minha cabeça, escrevo pra me liberar. É algo mais terapêutico, mais meu e dificilmente o que escrevo ali vai parar no Medium ou em qualquer outro lugar onde alguém mais possa ler. É a minha escrita mais secreta.
Parei pra reler o que escrevi até agora e percebi que, para mim, a escrita à mão tem algo a ver com necessidade, com urgência. Pode ser algo mais prático, pra ajudar a me lembrar do que tenho que fazer e pra marcar minha rotina. Ou pode ser algo mais emocional também, como ferramenta de desabafo. Algumas coisas pessoais só consigo expressar assim, manualmente, desenhando cada letra pra traduzir o que estou pensando ou sentindo. Como se a mecânica de escrever fosse um processo mágico por meio do qual meus pensamentos e emoções saem de mim e se mudam para o papel.
Será que escrevo à mão tão pouco quanto pensava no começo desse exercício? Ou talvez escreva bastante, mas por ser algo tão incorporado ao meu dia a dia, nem percebo o quanto?
Continue lendo: dia 4.
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